A Comissão de Cultura da Assembleia Legislativa do Estado do Rio de Janeiro (Alerj) celebrou, nesta terça-feira (20/03), o centésimo episódio do programa Cultne na TV, dedicado à causa do movimento negro e exibido semanalmente pela TV Alerj desde 2015. Na solenidade, personalidades entrevistadas pelo programa receberam a Moção de Aplauso e Agradecimento e relembraram a importância do debate sobre a negritude e o racismo no Brasil.
A ex-deputada estadual Jurema Batista, que atuou na Alerj de 2002 a 2005, foi uma das homenageadas no evento. Quando deputada, Jurema já lutava pela criação de um programa sobre negritude na TV Alerj, defendendo uma maior representatividade dos negros na mídia: “A invisibilidade mata. Ela tira do povo negro a sua autoestima e nos torna alvos fáceis da violência. Esse programa inclui as pessoas que a mídia tradicional exclui”, declarou. O apresentador do Cultne na TV, Ricardo Brasil, fez coro: “Poder estar numa TV legislativa trazendo pessoas que antes não podiam falar em lugar nenhum é extremamente gratificante”.
Já a jornalista Luciana Barreto, da TV Brasil, ressaltou a atuação da comunicação pública para a abordagem midiática de pautas como o racismo. “O Cultne na TV vem partilhar o que é negligenciado pelas outras emissoras que trabalham para uma elite. Esse programa é possível porque é feito na comunicação pública, muitas vezes bombardeada, mas que precisa ser fortalecida”, afirmou. Luciana homenageou em sua fala, ainda, Carlos Alberto de Oliveira, o Caó, criador da lei que criminaliza o racismo. Caó faleceu no mês passado.
Ao fim da sessão, o ator Déo Garcez emocionou os participantes do evento ao representar o intelectual negro Luiz Gama, considerado o Patrono da Abolição da Escravidão no Brasil. Déo também se comoveu ao comentar a performance: “O grande legado de Luiz Gama foi a liberdade e igualdade de direitos para todos. Como cidadão e artista, é minha missão lutar pela diminuição da desigualdade e contribuir para que as pessoas conheçam a nossa verdadeira história”.
Marielle Franco
Diversas falas durante a cerimônia relembraram o assassinato de Marielle Franco, vereadora do Rio morta semana passada após sair de um evento que discutia a situação das mulheres negras no Brasil. Luciana Barreto foi uma das pessoas que reafirmaram a importância de se investigar o crime: “Não foi um tiro qualquer, foi um tiro em uma mulher negra atuante na luta contra o racismo. Esse tiro não pode calar o que Marielle representava, não pode calar a nossa luta”. O deputado Zaqueu Teixeira (PDT), presidente da Comissão de Cultura da Casa, encerrou a solenidade pedindo uma salva de palmas para Marielle.
Também foram homenageados no evento a ialorixá Mãe Meninazinha de Oxum, a filósofa Helena Theodoro, o jornalista e professor Carlos Alberto Medeiros, o ator Sérgio Loroza, a ativista Vik Birkbeck, criadora do Acervo Digital da Cultura Negra (Cultne), entre outras personalidades que já foram entrevistadas pelo programa. Participaram da solenidade, ainda, o coordenador do Cultne na TV, Filó Filho, e o diretor da TV Alerj, Jackson Emerick.
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