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Entrega do Heloneida tem exibição de dança do ventre e do Afoxé Fillhos de Gandhi
03 julho, 2018

Retomada e inovação. Essas são as marcas deixadas pelo deputado Zaqueu Teixeira(PSD) no Diploma Heloneida Studart de Cultura. Ao assumir a Comissão de Cultura da Alerj em 2014, o parlamentar descobriu que a honraria estava fora da pauta desde 2011, colocou o novamente em evidência.

Inovação, na única vez que o Diploma fora concedido em 2011, os contemplados era nomes conhecido da TV e da música, logo na primeira edição com Zaqueu à frente foram selecionadas pessoas e instituições de diversas áreas da cultura e de diferentes regiões do estado. Outra novidade foi tirar da premiação a sisudez do Plenário da Alerj e levar para templos culturais, o que tornou a cerimônia mais leve e um tanto quanto informal. Em 2017 a diplomação aconteceu na Sala Cecília Meireles e a deste ano no Teatro Municipal Carlos Gomes.

“O Diploma Heloneida Studart de Cultura é para todas/os e buscamos privilegiar os fazedores que estão na ponta, porque são eles que lutam pela democratização da cultura. São eles que trabalham pela inclusão e pela manutenção da arte em todas as suas nuances”. Eu tenho a honra de diplomar todo ano uma gama importante de representantes de todos os estados do Rio, o que muito me gratifica. Meu desejo é que o Diploma continue sendo ofertado nos próximos anos”, declarou Zaqueu, que não estará à frente da Comissão em 2019.

Foi respeitando as novas diretrizes da diplomação que o Afoxé Filhos de Gandhi num cortejo abriu a noite da diplomação. Atrás do cortejo premiados e seus convidados, da Baixada Fluminense, das zonas Oeste, Sul, e Norte e Leste, da Serra e do Médio Paraíba, lotaram a plateia do Teatro e todos tiveram chance de mandar o seu recado.

“São milhares premiados no Rio através deste diploma, não só eu”, disse o músico Ronaldo Santos, do Quilombo Campinho da Independência, em Paraty, que reivindicou a regulamentação territorial dos grupos. “A gente guarda a memória dos nossos antepassados, então homenageio esse povo que sofreu sendo escravizado”, completou Marilda Souza, coordenadora de uma comunidade remanescente de quilombo em Angra dos Reis, que criticou a especulação imobiliária.

Representando a Tenda e os diplomados da noite, Mãe Dora de Iansã fez uma crítica ao racismo, à violência e à intolerância religiosa. “Comemoramos 130 anos da abolição da escravatura, mas a mentalidade do escravocrata ainda domina a sociedade brasileira. Não podemos esquecer que a abolição tirou nossos ancestrais das senzalas, mas os jogou em prisões sem grilhões a céu aberto. Precisamos, irmãos, estudar a história para compreender os dias atuais e porquê a população negra sofre tanto preconceito”, instigou.

Entre os representantes do interior, esteve Renata Ferreira, de Volta Redonda, que é criadora da Feira das Minas Pretas, projeto voltado à autoestima das mulheres negras, e do grupo Meninas de Lenço, cujo foco são pessoas pacientes de câncer. “É muito importante a possibilidade de mostrar o trabalho de uma mulher negra, de periferia e do interior do estado”, agradeceu.

Heloneida

Criado em 2009 pela Resolução nº 874/2009, o diploma carrega o nome da escritora e também ex-deputada estadual Heloneida Studart. Ela se destacou por abordar pautas feministas na política e por suas produções literárias. Nascida em Fortaleza, Heloneida veio para o Rio de Janeiro aos 16 anos e estreou como colunista no jornal O Nordeste. Na Alerj, Studart integrou comissões voltadas ao direito da mulher. Ela faleceu em dezembro de 2007, aos 75 anos.

Todos os diplomados

1. Abassá Lumyjacaré – Cultura afro-brasileira

2. Álvaro Maciel – Artes visuais / Cultura afro-brasileira / Cultura popular

3. Andréa Cunha – Artes cênicas

4. Associação Cultural Recreativa Filhos de Gandhi RJ – Cultura afro-brasileira / Cultura popular / Música

5. Associação dos Profissionais e Dançarinos de Salão (APDS/RJ) – Dança

6. Biblioteca Comunitária Esperança do CCMB – Literatura

7. Bar América Gastronomia – Literatura

8. Carlos Roberto da Conceição de Carvalho – Cultura afro-brasileira / Culturapopular

9. Casa do Músico – Música

10. Centro Coreográfico da Cidade do Rio de Janeiro – Dança

11. Cine Teatro São João – Artes integradas / Audiovisual

12. Coletivo Aquidabã – Artes Cênicas

13. Coletivo Ateliê Jovens Escritores – Literatura

14. Coletivo Flor de Maio Humanizar – Cultura afro-brasileira

15. Companhia de Dança Folclórica Forrozão Junino – Cultura popular / Dança

16. David Bispo – Gastronomia

17. Eric Fanuel – Artes integradas / Cultura popular / Música

18. Feira Literária em Santa Maria Madalena (Flim) – Literatura / Artes Cênicas / Música

19. FLORART – Artesanato / Literatura

20. Gafieira Elite – Cultura popular / Dança / Música

21. Gracy Mary Moreira – Cultura afro-brasileira / Cultura popular / Dança / Memória / Música

22. Juliane Soares – Música

23. Julio César Morais – Cultura afro-brasileira / Cultura popular / Memória

24. Leandro Alessandro – Cultura popular

25. Marilda de Souza (Griô) – Cultura afro-brasileira / Cultura popular

26. Núcleo de Dança para Atores (Cia de Teatro e Dança) – Artes cênicas / Dança

27. Phabricio Petraglia – Literatura

28. Piraporiando – Literatura

29. Economia Criativa da Zona Oeste – Artes integradas

30. Praça CEU – Planeta Futuro – Artes integradas / Artes visuais / Artesanato / Dança / Gastronomia / Literatura / Moda / Música / Teatro

31. Projeto Puxando Conversa- Música

32. Renata Ferreira – Cultura afro-brasileira / Empreendedorismo / Moda / Cultura eSaúde

33. Ronaldo Santos – Cultura afro-brasileira / Cultura popular / Cultura tradicional quilombola / Música

34. Sacra VOX – Música

35. Safira el Hamad – Dança

36. Sergio Alves – Literatura

37. Tânia Pires – Artes cênicas / Literatura /

38. Tenda Espírita Santa Bárbara – Cabana de Pai José – Cultura popular / Cultura tradicional

39. Vovô Lumiar – Gastronomia / Música

Foto: Thiago Lontra/Alerj